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quarta-feira, 13 de abril de 2011

Mensagem Criativa de uma Escola

Hoje pela manhã, verificando meu correio eletrônico, me deparei com a mensagem abaixo. Gostei e decidi não apenas repassá-la, mas postá-la para que mais pessoas possam ter a oportunidade de conhecê-la e refletir sobre o papel de cada um de nós na educação de nossos jovens.
Esta é a mensagem que os professores de uma escola decidiram gravar na secretária eletrônica.
A escola cobra responsabilidade dos alunos e dos pais perante as faltas e trabalhos de casa e, por isso, ela e os professores estão sendo processados por pais que querem que seus filhos sejam aprovados, mesmo com muitas faltas e sem fazer os trabalhos escolares.
Eis a mensagem gravada:

- Olá! Para que possamos ajudá-lo, por favor, ouça todas as opções:
- Para mentir sobre o motivo das faltas do seu filho - tecle 1.
- Para dar uma desculpa por seu filho não ter feito o trabalho de casa - tecle 2.
- Para se queixar sobre o que nós fazemos - tecle 3.
- Para insultar os professores - tecle 4.
- Para saber por que não foi informado sobre o que consta no boletim do seu filho, ou em diversos documentos que lhe enviamos - tecle 5.
- Se quiser que criemos o seu filho - tecle 6.
- Se quiser agarrar, esbofetear ou agredir alguém - tecle 7.
- Para pedir um professor novo pela terceira vez este ano - tecle 8.
- Para se queixar do transporte escolar - tecle 9.
- Para se queixar da alimentação fornecida pela escola - tecle 0.
- Mas se você já compreendeu que este é um mundo real, e que seu filho deve ser responsabilizado pelo próprio comportamento, pelo seu trabalho na aula, pelas tarefas de casa, e que a culpa da falta de esforço do seu filho não é culpa do professor, desligue e tenha um bom dia!"


REPASSE PRA UM AMIGO PROFESSOR OU PROFESSORA DE SUA LISTA.
PODE SER QUE MAIS ALGUÉM QUEIRA FAZER A MESMA COISA QUE ESTA ESCOLA FEZ.


Tenha um ótimo dia!!
Desculpa de aluno
A situação pode parecer absurda para pessoas leigas em assuntos educacionais mas, para quem convive diariamente com a realidade escolar, é perfeitamente compreensível. Infelizmente, em nosso país, a realidade é essa. A grande maioria dos pais brasileiros da atualidade não acompanha a vida escolar dos filhos em casa, muito menos na escola: não procura saber se há dever de casa ou trabalho escolar para ajudá-los; não visita a escola para saber como eles se comportam, se realmente a estão frequentando e assistindo às aulas, se estão cumprindo com suas obrigações escolares, se há interesse deles em aprender e, nem mesmo participa das reuniões bimestrais (reuniões de pais e mestres). Se há algum problema na escola e a direção solicita a presença dos pais, poucos atendem ao chamado e procuram tomar conhecimento da  real situação. A grande maioria, quando vai à escola, acreditando piamente na versão de seus filhos - que frequente e previamente distorcem os fatos em seu favor - agride verbalmente os funcionários alegando que a escola é quem está errada. Isso durante todo o ano letivo e, quando são divulgados os resultados e já não há mais nada a fazer... Cobra a aprovação de seus filhos, sem o mínimo de preocupação com a qualidade da aprendizagem ou com o futuro escolar deles.
A charge pode ser antiga, mas a reação, hoje, é igual ou pior à de 2009

Passo a descrever o resumo de um filme ao qual tive a oportunidade de assistir há cerca de vinte e cinco anos, cujo título, em português, é “Os donos do amanhã”.
O filme - embora seja de 1982 - retrata a realidade de uma escola do ensino médio dos Estados Unidos em 1984. O colégio é dominado por uma gang de adolescentes que impõe medo e terror aos demais alunos, à direção e aos professores que, com isso, ficam submissos à situação, achando que nada podem fazer para mudar a realidade. Apesar do detector de metais na entrada da escola, o grupo passa facilmente com armas e drogas. Todos sabem, mas ninguém toma providências para reprimir tal ação.
Um jovem professor de Biologia, novo na escola, achando absurdo o comportamento dos jovens violentos que vendem drogas aos colegas e os aterrorizam, tenta mudar a situação, aconselhando-os e tentando cativá-los. É aconselhado por um colega, professor antigo da instituição, a não se envolver, pois aquele grupo era caso perdido e ele só tinha a perder interferindo em suas ações. O novo professor, idealista, diz que, se nada fizer, não estará exercendo a sua profissão com a dignidade que o cargo requer. A gang, não gostando de suas interferências, numa madrugada, invade o Laboratório de Biologia, mata todas as cobaias, espalha o sangue e os pedaços dos animais mortos por todo o recinto, fazendo questão de deixar claro quem eram os autores do ato de vandalismo. Indignado com a atitude, o professor convoca direção e demais professores a tomarem as devidas providências, tentando mobilizá-los para que, a escola como um todo, procurasse expurgar a gang e melhorar o ambiente escolar. Amedrontados, todos se omitem e nada fazem. O professor não desiste e tenta mobilizar os alunos, na esperança de ter apoio para poder agir contra a gang. Também não obtém êxito e decide agir sozinho. Identificando o líder da gang, faz uma visita à mãe do adolescente que, em casa, comporta-se como um “Mauricinho”, bem vestido, comportado, aparentando estar surpreso e assustado com as acusações do professor, se escondendo por trás da mãe - que é separada e vive sozinha com o filho - que se enfurece contra o professor e o expulsa do apartamento, indagando se aquele “doce e inocente” jovem tinha cara de quem tivesse coragem de fazer alguma coisa daquilo que o professor o estava acusando de ter feito. Essa visita enfurece ainda mais o jovem infrator e sua gang e eles prometem vingança contra o professor.
Em uma noite em que haveria uma apresentação dos alunos para os pais no auditório da escola, o professor vai à frente de sua esposa grávida, que fica se arrumando para lá se dirigir mais tarde. A gang invade a casa do professor e, um a um, a vai violentando, enquanto uma “moça” que pertence á gang fotografa o ato. De posse das fotos, a jovem as leva em um envelope e as entrega ao professor, juntamente com um bilhete dizendo que, se ele quisesse ver a esposa viva, que fosse à quadra da escola. Louco com as fotos, o jovem professor corre para a quadra e se depara com uma emboscada: a gang havia decidido matá-lo aos poucos, espancando e dizendo para onde deveria se dirigir para encontrar a esposa. A cada novo local, uma nova emboscada e uma surra cada vez mais violenta. Percebendo que não havia escapatória para ele e, preocupado com a esposa, começa a matar os adolescentes, um a cada nova emboscada, até matar o “chefe” da gang, que cai pendurado entre cordas e correntes sobre o palco onde haveria a apresentação, diante o olhar estupefato e aterrorizado da platéia presente. A polícia é acionada, vai ao colégio e o leva preso.
O professor e sua esposa se recuperam e ela dá à luz o filho, cuja gravidez quase foi interrompida naquela noite de terror. O professor vai a julgamento e é absolvido devido às fotos do estupro, com os jovens rindo, em contraste com a expressão de horror da esposa sendo violentada; o bilhete entregue pela “moça”; o estado em que foram encontrados (professor e esposa) na noite do fatídico evento escolar; e os testemunhos da direção, dos professores e dos alunos, todos aliviados por estarem livres da gang que dominou e aterrorizou a escola.
Hoje, professores tem medo de alguns alunos
Embora jovem na época, este filme chamou tanto a minha atenção - a ponto de jamais esquecê-lo - que, em meus quatorze anos de magistério, sempre dele me recordo. Cada vez que me deparo com algum tipo de indisciplina que fica sem punição, alerto para o perigo da impunidade, que leva os alunos a aumentarem o grau de gravidade de seus atos e a escola vai, aos poucos, perdendo o controle da situação. Atualmente a indisciplina está tão banalizada, que atos que há alguns anos eram motivos de suspensão, hoje são considerados corriqueiros no ambiente escolar. Antigamente os alunos tinham medo de uma suspensão, pois a punição maior viria em casa, pelos pais.
Hoje, existem alunos que, ao cometer alguma agressão contra um colega ou desacatar um professor, com ofensas ou até com ameaças e é chamado à diretoria, fica frustrado e até revoltado quando não leva uma suspensão, pois para ele é um “premio” ficar em casa, sem a obrigação de ir à escola. Outros, além de ficarem alegres com uma suspensão, tem o “prazer” de ver os pais visitando a escola para defendê-lo perante a direção e os professores.
Sei que para algumas pessoas que virem a ler esse meu relato, esse meu desabafo, essa minha demonstração de indignação com o que vem ocorrendo com a “Educação” brasileira, poderá parecer um absurdo, como poderão achar o texto por mim recebido pelo correio eletrônico e transcrito no início dessa postagem, mas sei que para quem tem envolvimento, direto ou indireto com a escola pública brasileira, para quem conhece essa realidade, sabe que não estamos tão longe de presenciar situações (no plural mesmo) como a descrita no relato do filme. Se você ainda acha que estou exagerando, lamento por você ainda não ter acordado para a nossa realidade. Parafraseando o autor da mensagem recebida via correio eletrônico: Mas se você já compreendeu que este é um mundo real... seja bem vindo à EDUCAÇÃO BRASILEIRA DO SÉCULO XXI!!!
O caminho da EVOLUÇÃO e da LIBERTAÇÃO é a EDUCAÇÃO e a INSTRUÇÃO
“O Brasil só irá mudar, para melhor, no dia em que toda nossa sociedade ACORDAR: os pais voltarem a EDUCAR seus filhos e valorizar a escola; os professores SE UNIREM para cobrar das autoridades coerência no currículo escolar e melhores condições de trabalho; o governo passar a VALORIZAR o magistério, atendendo às reivindicações dos professores e dando-lhes salário digno; e todos perceberem que cada um de nós tem RESPONSABILIDADE na educação. Só assim, os alunos saberão o verdadeiro valor que tem a EDUCAÇÃO.

Prof. Ronaldo
Futuro da educação - se já não é o presente (click na figura para melhor visualização)

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